Assembleias das categorias foram realizadas na tarde desta quarta-feira. Greve é reação à proposta de congelamento salarial feita pela Reitoria.
Os professores e funcionários técnico-administrativos da Universidade de São Paulo (USP)
decidiram, na tarde desta quarta-feira (21), entrar em greve a partir
da próxima terça (27). Em assembleias realizadas pelas duas categorias, a
maioria dos participantes decidiram paralisar as atividades por tempo
indeterminado, reivindicando a revisão do congelamento salarial
anunciado pela Reitoria da instituição.
Segundo a assessoria de imprensa da Adusp, a maioria dos professores
votou a favor da greve, e houve cinco votos contrários e cinco
abstenções.
Na noite desta quarta, os estudantes da USP também se reuniram em assembleia e decidiram aderir à greve.
Na manhã desta quarta, as duas categorias da USP e os professores e
funcionários da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e da Universidade
Estadual de Campinas (Unicamp),
que integram o Fórum das Seis, se reuniram com o Conselho de Reitores
(Cruesp) para discutir o reajuste. Na reunião, o Cruesp propor manter os
salários congelados no primeiro semestre e prorrogar a discussão sobre o
reajuste para os meses de setembro e outubro.
Em comunicado divulgado na tarde desta quarta, o Cruesp afirmou que,
com os resultados da arrecadação do ICMS de abril, o comprometimento do
orçamento das três universidades com a folha de pagamento aumentou,
"prorrogar a discussão da data-base para setembro / outubro deste ano".
Segundo o Cruesp, em abril o comprometimento do orçamento com a folha
de pagamento chegou a 105,33% na USP, 97,33% na Unicamp e 95,42% na
Unesp.
Salários congelados
A decisão de congelar os salários provocou indignação entre as
entidades de classe. A Associação dos Docentes da Universidade de São
Paulo (Adusp) exige, entre outras coisas, transparência da gestão
financeira da USP, iniciando-se pela imediata abertura e divulgação de
todas as contas das administrações anteriores e atual da instituição. O
Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp) quer 9,78% de reajuste.
Docentes e servidores da Unicamp e Unesp também pedem atualização dos
salários.
Crise na USP
No fim de abril, o reitor da USP, Marco Antonio Zago, enviou uma carta aos professores e funcionários em que expôs a crise financeira da instituição.
Foram suspensas as contratações de pessoal por tempo indeterminado,
incluindo as substituições de aposentados ou demitidos. Além disso, os
servidores tiveram seus salários congelados.
Também foram suspensos investimentos em construções. A principal
dificuldade da USP é arcar com a folha de pagamento, que atinge quase
105% do orçamento da universidade.
Protesto na Unicamp
Cerca de 600 pessoas entre funcionários e alunos da Universidade
Estadual de Campinas (Unicamp) fazem um protesto na manhã desta
quarta-feira na Praça das Bandeiras, em frente ao prédio da reitoria, no
campus do distrito de Barão Geraldo.
A manifestação é contra a decisão das universidades estaduais de reajuste zero para docentes e servidores.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp (STU), a paralisação
teve adesão de cerca de 2 mil profissionais de várias áreas. Em nota, a
assessoria de imprensa da Unicamp informou que as atividades na
universidade funcionam normalmente na maior parte das 22 unidades de
ensino e pesquisa. Ainda segundo a instituição, os atendimento da saúde
seguem dentro da normalidade.
Unesp sem aulas
Os campi da Universidade Estadual Paulista (Unesp) no interior do
estado também paralisaram as atividades nesta quarta-feira. Na região
Centro-Oeste paulista, estão parados os campi de Marília, Bauru, Assis e
Ourinhos. Na região Oeste, parou o campus de Sorocaba e, no Noroeste, o
de São José do Rio Preto. Apenas os serviços essenciais permanecem em
funcionamento.
Já nas faculdades de Botucatu, Tupã, Itapeva e Araçatuba, o funcionamento é normal nesta quarta-feira.
Fonte: G1
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